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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Desenvolvimento sustentável passa pela economia - WWF

A mudança necessária para chegar a um desenvolvimento sustentável será realizada principalmente através da economia e das empresas, embora com apoio da restante sociedade, defendeu hoje um responsável da organização ambientalista WWF.
A propósito da realização da Conferência da ONU para as Alterações Climáticas, que se iniciou na segunda-feira, em Cancún, no México, o coordenador do Programa de Conservação em Portugal da WWF, Luís Silva, disse à agência Lusa que o meio "principal para a mudança será feito via economia", realçando a necessidade de mudar o atual paradigma de desenvolvimento.
Os cerca de 200 países participantes naquela reunião vão tentar chegar a um acordo global sobre a redução de emissões de gases com efeito de estufa e o apoio à adaptação dos países em vias de desenvolvimento, de modo a travar a subida da temperatura média do planeta e as consequentes alterações no clima.
Entre os principais responsáveis pela emissão destes gases estão setores como a energia ou os transportes.
Para Luís Silva, a mudança de paradigma deverá realizar-se também através da "criação de condições para que as empresas operem num modelo de desenvolvimento sustentável, em que as questões da concorrência promovam a utilização da eficiência e das fontes renováveis da energia e não ao contrário".
Atualmente, "uma empresa que tem um impacto negativo sobre o ambiente é mais competitiva que aquela que está a [enfrentar] o custo dos impactos positivos. Esse paradigma é que tem de mudar", salientou.
Quanto às consequências da crise económica no objetivo mundial de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, são positivas, segundo Luís Silva, mas não devido à introdução de alterações estruturais.
A crise "tem um impacto positivo" decorrente de uma diminuição da atividade económica e não de mudanças nas fontes de energia utilizadas ou da melhoria nos processos de eficiência energética e esse é "o grande desafio", salientou.
A rede WWF é considerada a maior organização do tipo no mundo, atuando em mais de cem países, nos quais desenvolve projetos de conservação do meio ambiente.
Rita Antunes, da associação ambientalista Quercus, resumiu a sua opinião acerca das consequências das dificuldades económicas para o objetivo de evitar as alterações climáticas, dizendo que são positivas e negativas.
A crise económica, por um lado "atrasa ou poderá restringir alguns apoios financeiros necessários aos desenvolvimento de novas tecnologias".
Mas, por outro lado, "por causa da crise económica, a União Europeia já reduziu as suas emissões em 18 por cento quando estava previsto consegui-lo mais próximo de 2020".
Assim, para a Quercus, "o grande desafio está em promover o desenvolvimento económico e a saída da crise através de uma economia baixa em carbono seguindo um novo modelo em que as energias renováveis e a eficiência energética têm um papel relevante".
Diário Digital / Lusa

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

CESP


A CESP, maior empresa geradora de energia elétrica do Estado de São Paulo e uma das maiores do Brasil, tem um compromisso com o desenvolvimento de suas atividades conciliado com as questões ambientais e sociais. O objetivo primordial da empresa é o de gerar energia elétrica, cumprir contratos e satisfazer acionistas. Contudo, a CESP exercita a sustentabilidade ao longo de seus mais de 40 anos de atividades de forma pioneira.

Há mais de 30 anos, a companhia desenvolve projetos de recuperação das áreas afetadas pela operação das barragens e de remanejamento populacional desses entornos. Da mesma forma, com uma visão privilegiada do futuro, a companhia trata do reflorestamento das regiões onde atua como uma atividade sustentável do negócio, promovendo a sustentabilidade dos ecosistemas com uma diversidade de espécies da fauna local. Além disso, a Cesp promove diversas ações de reassentamento rural, urbano e de oleiros, educação ambiental, manejo de fauna e pesqueiros, além de criar e desenvolver unidades de conservação.

Em 2006, essas ações foram reforçadas com a criação do Comitê de Sustentabilidade, que é responsável por traçar planos e metas a partir de modelo econômico-financeiro já estabelecido. Esse grupo age de forma conjunta, mas possuem independência para fortalecer cada uma de suas ações nos setores - Plano Estratégico, Práticas de Governança Corporativa e Práticas Sócio-Ambientais.

Esse histórico permitiu à empresa ser listada no ISE - Índice de Sustentabilidade Empresarial – da Bovespa, um rigoroso indicador de excelência entre empresas brasileiras, como socialmente responsável, sustentável e rentável. A entrada nessa seleta lista garante que o
diferencial dos programas ambientais está na metodologia eficiente e na excelência do trabalho da CESP.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Desenvolvimento sustentável nas empresas: será possível?



A recente tragédia ambiental envolvendo derramamento de milhões de litros de óleo na costa sul dos EUA remete a uma longa e polêmica discussão sobre a dicotomia entre a economia hodierna e a sustentabilidade. Afinal, será possível o chamado desenvolvimento sustentável nas empresas de hoje?
Bom, o sistema capitalista, por si só, não é nada sustentável. Pelo contrário: para a manutenção e sobrevivência dos ciclos inerentes a esse processo contínuo do mercado, necessita-se de uma grande quantidade de recursos naturais, espaço físico para alocar pessoas e equipamentos, uso de combustíveis fósseis – e poluentes – para fornecer energia e garantir a locomoção da sociedade, e muitas outras atividades que requerem a exploração da natureza, cada vez mais abusiva pelo aumento da demanda global.
O derramamento de óleo pela BP não é um episódio isolado de desastres ambientais decorrentes de falhas ou acidentes de empresas. Há todo um histórico de corporações – principalmente na área de petróleo, construção civil e indústrias – que, devido às exigências que envolvem seus negócios, acabam extrapolando e danificando demasiadamente a natureza.
O fato é que as empresas sempre necessitarão usar recursos naturais e, dessa forma, contribuir – ainda que indiretamente – com a poluição e exploração de recursos do planeta. No entanto, acredito que podemos abordar essa realidade de forma diferente: adotar um posicionamento já é um grande passo para a mudança do comportamento das empresas em relação a preservação ambiental. E é isso o que muitas organizações estão fazendo hoje.
Em uma disciplina optativa na FFLCH que cursei no ano passado, chamado Relações Internacionais e Meio Ambiente, discuti sobre o tema desenvolvimento sustentável (sustentabilidade + desenvolvimento econômico) e a interface das empresas com a questão da preservação ecológica, do investimento na sociedade local e atuação de diversos players desse âmbito (governo, ONGs, conferências globais, etc).
A tendência é de que uma crescente quantidade de empresas adote e defenda a sustentabilidade. Isso traz não só uma consolidação positiva da reputação e da marca corporativa, mas delineia políticas mais incisivas de responsabilidade ambiental, reduz custos e promove vantagens competitivas perante os consumidores.
Mas falar é fácil: um discurso “florido” muitas vezes não está coerente com as práticas reais da empresa. Isso ocorre não só no ambiente corporativo, mas no cotidiano da própria sociedade. Às vezes, os hábitos e vícios de um estilo de vida já solidificado impedem o uso inteligente e racional de recursos pelas pessoas por, talvez, requerer um esforço extra ou significar a abdicação do conforto e praticidade.
O posicionamento que eu me referi antes entra aqui como uma solução para o possível desenvolvimento sustentável corporativo, pois é a junção entre o discurso e a prática. Dessa forma, um dos maiores desafios que as empresas devem enfrentar é a conciliação do que é dito com o o que é feito na verdade, a realidade.
Por Susana Byun

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Governo promete novos portos para fomentar economia no Amazonas



17 de novembro de 2010
Joyce Karoline - portalamazonia@redeamazonica.com.br


MANAUS – O governador do Amazonas, Omar Aziz apresentou, na manhã de hoje (17) a prévia do Plano de Desenvolvimento Sustentável e Integrado da Região Metropolitana de Manaus para o desenvolvimento e elaboração de políticas públicas em municípios do interior do Estado. Entre as propostas está a construção de portos em Manacapuru, Itacoatiara e Manaus, além da duplicação das rodovias AM-070 e AM-010.

“Manaus é o centro do sistema de articulação da Região Panamazônica. Precisaremos construir um ou dois portos, porque a economia do Amazonas depende do embarque e desembarque de mercadorias. O incidente do Porto Chibatão prejudicou de certa forma a logística econômica do nosso Estado e temos que resolver o mais rápido possível esta situação”, explicou Aziz. 

O Plano pretende diminuir as distâncias entre os municípios e a capital amazonense.  Ao todo, oito municípios compõem a região metropolitana: Careiro da Várzea, Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru, Manaus, Novo Airão, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva. A Região Metropolitana de Manaus foi instituída pela Lei Complementar número 52, de 30 de maio de 2007.

Segundo Aziz, a princípio o encontro desta quarta-feira é uma proposta para o ordenamento urbano para os próximos dez anos. “Essas obras não vão acontecer agora, pois são de longo prazo. Essa é uma meta a ser cumprida durante estes quatro anos de mandato. Quando eu fui eleito no dia seguinte me reuni com a atual presidente Dilma Rousseff, onde discutimos sobre o orçamento da União, que será utilizado nos projetos do Amazonas”, contou Omar Aziz. O governador viaja nesta quarta-feira para Brasília, onde se reunirá com parlamentares e na quinta-feira (18) com a presidente Dilma Rousseff para discutir investimentos para o Amazonas.

Manaus

O Governo também pretende elaborar propostas para melhorar o trânsito na cidade de Manaus, O anel viário foi uma das alternativas estabelecidas durante a reunião de hoje entre Omar, o secretário da Região Metropolitana (RMM), René Levy, o coordenador técnico do plano, o arquiteto e urbanista João Valente, do Consórcio Vetec/Valente,  prefeitos dos municípios que integram a RMM, presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE), Belarmino Lins e da Câmara Municipal, Luiz Alberto Carijó.

Segundo Aziz, a proposta de criação de anéis viários deve melhorar o trânsito em Manaus, com a inauguração de novas pistas para o tráfego de veículos pesados como caminhões, carretas e cegonhas. A proposta do Governo é interligar a Avenida das Torres ao Igarapé do Passarinho e a Avenida Noel Nutels até a estrada do Turismo. "Traçando estes anéis, todas as zonas da cidade ficarão com corredores com rotas alternativas", disse.

O Plano de Desenvolvimento Sustentável e Integrado da Região Metropolitana de Manaus será avaliado e discutido durante seminário, amanhã (18), no auditório Jorge Bonates, na rua Recife, a partir das 8h30, com a participação dos prefeitos, secretários e técnicos estaduais e municipais, assim como representantes de entidades de classe e sociedade civil organizada para discussão e posterior aprovação do Conselho da região Metropolitana. O processo de elaboração do Plano foi iniciado em novembro de 2009, a partir da realização de estudos na região.

Ponte sobre o rio Negro

Segundo Omar, a preocupação maior é por conta da inauguração da Ponte sobre o rio Negro. A construção deve ser inaugurada em 2011. As providências mais urgentes passam por adaptação no sistema viário metropolitano, que incluem Manaus, como núcleo da metrópole e os municípios integrantes da RMM. Um dos principais tópicos do plano é a criação de um anel viário contornando a região.

sábado, 13 de novembro de 2010

Sugestões para o desenvolvimento sustentável:


-  Reciclagem de diversos tipos de materiais: reciclagem de papel, alumínio, plástico, vidro, ferro, borracha, etc;
- Coleta seletiva de lixo;
- Tratamento de esgotos industriais e domésticos para que não sejam jogados em rios, lagos, córregos e mares;
- Descarte de baterias de celulares e outros equipamentos eletrônicos em locais especializados. Estas baterias nunca devem ser jogadas em lixo comum;
- Geração de energia através de fontes não poluentes como, por exemplo, eólica, 
solar e geotérmica.
- Substituição, em supermercados e lojas, das sacolas plásticas pelas feitas de papel;
- Uso racional (sem desperdício) de recursos da natureza como, por exemplo, a água;
- Diminuição na utilização de combustíveis fósseis (gasolina, diesel), substituindo-os por 
biocombustíveis;
- Utilização de técnicas agrícolas que não prejudiquem o solo;
- Substituição gradual dos meios de transportes individuais (carros particulares) por coletivos (metrô);
- Criação de sistemas urbanos (ciclovias) capazes de permitir a utilização de bicicletas como meio de transporte eficiente e seguro;
- Incentivo ao transporte solidário (um veículo circulando com várias pessoas);
- Combate ao 
desmatamento ilegal de matas e florestas;
- Combate à ocupação irregular em regiões de mananciais;
- Criação de áreas verdes nos grandes centros urbanos;
- Manutenção e preservação dos ecossistemas.
- Valorização da produção e consumo de alimentos orgânicos.
- Implantação, nos grandes centros urbanos, da técnica do 
telhado verde.



domingo, 7 de novembro de 2010

Ser reciclável não é garantia de sustentabilidade

Empresas e pessoas precisam se conscientizar ainda mais sobre a importância na hora de escolher produtos e materiais para os seus projetos



Atualmente, os mercados têm pressionado designers e arquitetos para criarem produtos e projetos inovadores e sustentáveis. E ser sustentável não é apenas usar produtos e materiais reciclados, mas pensar em toda a esfera global que vai desde a extração das matérias-primas, passa pela logística, produção industrial, chegando até o ciclo final do produto.
“Quando pensamos no ciclo de vida de um produto, temos que projetar uma solução que não seja o envio dele para aterros sanitários. As inovações surgem para minimizar os impactos ambientais, mas empresas e pessoas precisam se conscientizar ainda mais sobre a importância na hora de escolher produtos e materiais para os seus projetos.
Ou seja, não adianta comprar uma cadeira feita de material reciclado e que possa ser reciclada, se a destinação final dela não será a reciclagem e sim um aterro”, afirma Sophia Mendelsohn, certificada pelo LEED, Líder em Sustentabilidade e Responsável pelos Mercados Emergentes da Haworth.
Uma ferramenta internacionalmente utilizada pelo mercado para medir o tipo de impacto gerado por produtos, processos e serviços é o software LCA (Life-Cycle Assessment), que permite comparar níveis e usos de materiais. E este tipo de medição é importante por ser capaz de controlar a qualidade dos materiais e produtos e também a sustentabilidade.
“Outro ponto que chama atenção – e é preocupante – nos países emergentes é o uso de produtos químicos já considerados ilegais na Europa e EUA, que em países como o Brasil são abertamente utilizados”, conta Sophia Mendelsohn.
“Arquitetos e empresas de Real State possuem o poder de encorajar clientes a mudar, inovar na criação de produtos e projetos, e se tornarem referência na educação sustentável. Assim, se um cliente é encorajado a reutilizar materiais, fazer doações ou reciclar o que não é mais usado, estamos investindo em soluções corretas e dando um destino eficaz para os produtos antigos.”
Materiais alternativos:
A Haworth, maior fabricante de móveis corporativos do mundo, já utiliza na fabricação dos seus produtos materiais alternativos como bambu e palha de arroz. Um exemplo disso é a utilização da palha de arroz prensada – a casca representa 25% do peso de todo o arroz colhido - na fabricação das superfícies das estações de trabalho da linha AllWays da Haworth, concebida em sua fábrica na China.
“Além de ser livre de cromo hexavalente ou Clorofluorcarbonos, este é apenas um exemplo de como um produto pode ter design e ser sustentável ao mesmo tempo”, exemplifica a Líder em Sustentabilidade e Responsável pelos Mercados Emergentes da Haworth.
Fonte: Danielle Flöter

terça-feira, 21 de setembro de 2010

NDICADORES DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
A construção de indicadores de desenvolvimento sustentável no Brasil integra-se ao conjunto de esforços internacionais para concretização das idéias e princípios formulados na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, no que diz respeito à relação entre meio ambiente, desenvolvimento e informações para a tomada de decisões.
Com a publicação Indicadores de desenvolvimento sustentável: Brasil 2 008, o IBGE dá continuidade à série iniciada em 2002, mais uma vez colocando à disposição da sociedade um conjunto de informações sobre a realidade brasileira, em suas dimensões ambiental, social, econômica e institucional. A partir da presente edição, os Indicadores se sedimentam como uma contribuição aos tomadores de decisões ao apresentar, periodicamente, um panorama abrangente dos principais temas relacionados ao desenvolvimento sustentável no Brasil. Na atual edição, são apresentados 60 indicadores que, em sua maior parte, correspondem àqueles constantes na edição de 2004. Poucos foram acrescentados e poucos, ainda, não puderam ser atualizados, mas todos foram revistos, incluindo seus textos explicativos.
Os indicadores selecionados originam-se de estudos e levantamentos do IBGE e de outras instituições. Fornecem, em sua dimensão ambiental, informações relacionadas ao uso dos recursos naturais e à degradação ambiental, organizadas nos temas atmosfera, terra, água doce, mares e áreas costeiras, biodiversidade e saneamento. Em sua dimensão social, os indicadores abrangem os temas população, trabalho e rendimento, saúde, educação, habitação e segurança, vinculados à satisfação das necessidades humanas, melhoria da qualidade de vida e justiça social. A dimensão econômica dos indicadores busca retratar o desempenho macroeconômico e financeiro e os impactos no consumo de recursos materiais e uso de energia mediante a abordagem dos temas quadro econômico e padrões de produção e consumo. Por sua vez, a dimensão institucional, desdobrada nos temas quadro institucional e capacidade institucional, oferece informações sobre a orientação política, a capacidade e os esforços realizados com vistas às mudanças necessárias para a implementação do desenvolvimento sustentável.
Os indicadores são apresentados sob a forma de tabelas, gráficos e mapas, precedidos de uma ficha contendo a descrição das variáveis utilizadas em sua construção, a justificativa e, em casos específicos, comentários metodológicos, incluindo, ao final da publicação, um glossário com a conceituação da terminologia utilizada. Contemplam série histórica e abrangem, sempre que possível, informações para o País e Unidades da Federação, permitindo o acompanhamento dos fenômenos ao longo do tempo e o exame de sua ocorrência no território.
Essas informações estão disponíveis no CD-ROM que acompanha a publicação e no portal do IBGE na Internet. Valiosas para a compreensão dos temas relevantes para o desenvolvimento do País, permitem estabelecer comparações, conhecer a orientação e o ritmo de seus vários elementos, bem como fazer uma apreciação integrada de diferentes enfoques e dimensões, fundamental à adequada formulação e avaliação de políticas na perspectiva do desenvolvimento sustentável.
Desenvolvimento sustentável é um conceito sistémico que se traduz num modelo de desenvolvimento global que incorpora os aspectos de desenvolvimento ambiental .[1][2] Foi usado pela primeira vez em 1987, no Relatório Brundtland, um relatório elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criado em 1983 pela Assembleia das Nações Unidas.[3]
A definição mais usada para o desenvolvimento sustentável é:
Cquote1.svg O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e económico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais. 
O campo do desenvolvimento sustentável pode ser conceptualmente dividido em três componentes: a sustentabilidade ambiental, sustentabilidade económica e sustentabilidade sócio-política
Ao longo das ultimas décadas, vários têm sido os acontecimentos que marcam a evolução do conceito de desenvolvimento sustentável, de acordo com os progressos tecnológicos, assim como do aumento da consciencialização das populações para o mesmo.
1968 - Criação do Clube de Roma, reunindo pessoas em cargos de relativa importância em seus respectivos países e visa promover um crescimento econômico estável e sustentável da humanidade. O Clube de Roma tem, entre seus membros principais cientistas, inclusive alguns prémios Nobel, economistas, políticos, chefes de estado e até mesmo associações internacionais.[6]
O Desenvolvimento Sustentavel devia ser levado a sério por todos. 1972 - O Clube de Roma publicou o relatório Os limites do crescimento, preparada a seu pedido por uma equipa de pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology. Este relatório apresenta os resultados da simulação em computador, da evolução da população humana com base na exploração dos recursos naturais, com projecções para 2100. Mostra que, devido à prossecução do crescimento económico durante o século XXI é de prever uma redução drástica da população devido à poluição, a perda de terras aráveis e da escassez de recursos energéticos.[7]
16 de Junho de 1972 - Conferência sobre o Ambiente Humano das Nações Unidas (Estocolmo). É a primeira Cimeira da Terra. Ocorre pela primeira vez a nível mundial preocupação com as questões ambientais globais.[8]
1979: o filósofo Hans Jonas exprime a sua preocupação no livro Princípio responsabilidade.
1980: A União Internacional para a Conservação da Natureza publicou um relatório intitulado "A Estratégia Global para a conservação, onde surge pela primeira vez o conceito de" desenvolvimento sustentável ".[9]
1987 - Relatório Brundtland, Our Common Future, preparado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, onde foi pela primeira vez formalizado o conceito de desenvolvimento sustentável.[9][10]
De 3 a 14 de Junho de 1992 - Realiza-se a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente eo Desenvolvimento (segunda "Cimeira da Terra"), onde nasce a Agenda 21, e são aprovadas a Convenção sobre Alterações Climáticas, Convenção sobre Diversidade Biológica (Declaração do Rio), bem como a Declaração de Princípios sobre Florestas.[8][11]
1993 - V Programa Acção Ambiente da União Europeia: Rumo a um desenvolvimento sustentável. Apresentação da nova estratégia da UE em matéria de ambiente e as acções a serem tomadas para alcançar um desenvolvimento sustentável para o período 1992-2000.[12]
27 de maio de 1994 - Primeira Conferência sobre Cidades Europeias Sustentáveis. Aalborg (Dinamarca), de onde surgiu a Carta de Aalborg.[13][14]
8 de Outubro de 1996 - Segunda Conferência sobre Cidades Europeias Sustentáveis. Plano de Acção de Lisboa: da Carta à acção.
1997 - 3 ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, em Quioto, onde s estabelece o Protocolo de Quioto.[16]
8 de Setembro de 2000 - Após os três dia da Cimeira do Milénio de líderes mundiais na sede das Nações Unidas, a Assembleia Geral aprovou a Declaração do Milénio.[17]
2000 - Terceira Conferência Europeia sobre Cidades Sustentáveis.[4][18]
De 26 a 4 de Setembro de 2002 - Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio +10), em Joanesburgo, onde reafirmou o desenvolvimento sustentável como o elemento central da agenda internacional e se deu um novo impulso à acção mundial para combater a pobreza assim como a protecção do ambiente.[19]
Fevereiro de 2004 - A sétima reunião ministerial da Conferência sobre Diversidade Biológica foi celebrado com a Declaração Kuala Lumpur, o que gerou descontentamento entre os pobres e as nações que não satisfaz plenamente os ricos. Kuala Lumpur
2004 - Conferência Aalborg +10 - Inspiração para o futuro. Apelo a todos os governos locais e regionais da Europa para participar na assinatura do compromisso de Aalborg e fazerem parte da Campanha Europeia das Cidades Sustentáveis e Cidades.[20]
11 de Janeiro de 2006 - Comunicação da Comissão Europeia ao Parlamento Europeu sobre a Estratégia temática sobre o ambiente urbano. É uma das sete estratégias do Sexto Programa de Acção Ambiental para o Ambiente da União Europeia, desenvolvido com o objectivo de contribuir para uma melhor qualidade de vida através de uma abordagem integrada e centrada nas zonas urbanas e para tornar possível um elevado nível de qualidade de vida e bem-estar social para os cidadãos, proporcionando um ambiente em que níveis da poluição não têm efeitos adversos sobre a saúde humana e o ambiente assim como promover o desenvolvimento urbano sustentável.[21]
2007 - Carta de Leipzig sobre as cidades europeias sustentáveis.[4][22]
2007 - Cimeira de Bali, com o intuito de criar um sucessor do Protocolo de Quioto, com metas mais ambiciosas e mais exigente no que diz respeito às alterações climáticas.[23]
Julho de 2009 - Declaração de Gaia, que implanta o Condomínio da Terra no I Fórum Internacional do Condomínio da Terra.[24][25
O conceito de desenvolvimento sustentável é um conceito que abrange várias áreas, assentando essencialmente num ponto de equilíbrio entre o crescimento económico, equidade social e a protecção do ambiente.[26][27]
A Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural adiciona um novo enfoque na questão social, ao afirmar que "… a diversidade cultural é tão necessária para a humanidade como a biodiversidade é para a natureza" torna-se "as raízes do desenvolvimento entendido não só em termos de crescimento económico mas também como um meio para alcançar um mais satisfatório intelectual, emocional, moral e espiritual ". Nessa visão, a diversidade cultural é a quarta área política do desenvolvimento sustentável.[28]
A Divisão das Nações Unidas para o Desenvolvimento S
ustentável enumera as seguintes áreas como incluídas no âmbito do desenvolvimento sustentável:[29]
O conceito inclui noções de sustentabilidade fraca, de sustentabilidade e ecologia profunda. Diferentes concepções revelam também uma forte tensão entre ecocentrismo e o antropocentrismo. O conceito permanece mal definido e contém uma grande quantidade de debates a respeito de sua definição.
Durante os últimos dez anos, diversas organizações têm tentado medir e monitorizar a proximidade com o que consideram a sustentabilidade através da aplicação do que tem sido chamado de métricas e indicadores de sustentabilidade.[30]
O desenvolvimento sustentável é dito para definir limites para o mundo em desenvolvimento. Enquanto os actuais países de primeiro mundo, poluído significativamente durante o seu desenvolvimento, os mesmos países incentivam os países do terceiro mundo a reduzir a poluição, o que, por vezes, impede o crescimento. Alguns consideram que a implementação do desenvolvimento sustentável implica um retorno à estilos de vida pré-modernos.[31]
Em 1995, a Comissão para o desenvolvimento sustentável das Nações Unidas aprovou um conjunto de indicadores de desenvolvimento sustentável, com o intuito de servirem como referência para os países em desenvolvimento ou revisão de indicadores nacionais de desenvolvimento sustentável, tendo sido aprovados em 1996, e revistos em 2001 e 2007.[32][33]
O quadro actual contém 14 temas, que são ligeiramente modificado a partir da edição anterior:[34]

  1. Pobreza
  2. Perigos naturais
  3. O desenvolvimento econômico
  4. Governação
  5. Ambiente
  6. Estabelecer uma parceria global económica
  7. Saúde
  1. Terra
  2. Padrões de consumo e produção
  3. Educação
  4. Os oceanos, mares e costas
  5. Demografia
  6. Água potável, Escassez de água e Recursos hídricos
  7. Biodiversidade

Sustentabilidade ambiental

A sustentabilidade ambiental consiste na manutenção das funções e componentes do ecossistema, de modo sustentável,[36][37] podendo igualmente designar-se como a capacidade que o ambiente natural tem de manter as condições de vida para as pessoas e para os outros seres vivos, tendo em conta a habitabilidade, a beleza do ambiente e a sua função como fonte de energias renováveis.[38][39]
As Nações Unidas, através do sétimo ponto das Metas de desenvolvimento do milénio procura garantir ou melhorar a sustentabilidade ambiental,[40] através de quatro objectivos principais:[41]
  1. Integrar os princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e programas nacionais e reverter a perda de recursos ambientais.
  2. Reduzir de forma significativa a perda da biodiversidade.
  3. Reduzir para metade a proporção de população sem acesso a água potável e saneamento básico.
  4. Alcançar, até 2020 uma melhoria significativa em pelo menos cem milhões de pessoas a viver abaixo do limiar da pobreza.

Sustentabilidade económica

A sustentabilidade económica, enquadrada no âmbito do desenvolvimento sustentável é um conjunto de medidas e politicas que visam a incorporação de preocupações e conceitos ambientais e sociais. Aos conceitos tradicionais de mais valias económicas são adicionados como fatores a ter em conta, os parâmetros ambientais e sócio-económicos, criando assim uma interligação entre os vários setores.[42][43] Assim, o lucro não é somente medido na sua vertente financeira, mas igualmente na vertente ambiental e social,[44][45] o que potencia um uso mais correto quer das matérias primas, como dos recursos humanos. Há ainda a incorporação da gestão mais eficiente dos recursos naturais, sejam eles minerais, matéria prima como madeira ou ainda energéticos, de forma a garantir uma exploração sustentável dos mesmos, ou seja, a sua exploração sem colocar em causa o seu esgotamento, sendo introduzidos elementos como nível óptimo de poluição ou as externalidades ambientais, acrescentando aos elementos naturais um valor económico.[46]

Sustentabilidade sócio-politica

A sustentabilidade sócio-politica centra-se no equilíbrio social, quer na sua vertente de desenvolvimento social, como sócio-económica, é um veiculo de humanização da economia, e ao mesmo tempo, pretende desenvolver o tecido social, nos seus componentes humanos e culturais.[47][48]
Neste sentido, foram desenvolvidos dois grandes planos: a agenda 21 e as metas de desenvolvimento do milénio.
A Agenda 21 é um plano global de acção a ser tomada a nível global, nacional e local, por organizações das Nações Unidas, governos, e grupos locais, nas diversas áreas onde se verificam impactes significativos no ambiente. Em termos práticos, é a mais ambiciosa e abrangente tentativa de criação de um novo padrão para o desenvolvimento do século XXI, tendo por base os conceitos de desenvolvimento sustentável.[49][50]
As Metas de Desenvolvimento do Milénio (MDM) surgem da Declaração do Milénio das Nações Unidas, adoptada pelos 191 estados membros no dia 8 de Setembro de 2000. Criada em um esforço para sintetizar acordos internacionais alcançados em várias cúpulas mundiais ao longo dos anos 1990 relativos ao meio-ambiente e desenvolvimento, direitos das mulheres, desenvolvimento social, racismo, entre outras, a Declaração traz uma série de compromissos concretos que, se cumpridos nos prazos fixados, segundo os indicadores quantitativos que os acompanham, deverão melhorar o destino da humanidade neste século. Esta declaração menciona que os governos "não economizariam esforços para libertar nossos homens, mulheres e crianças das condições abjectas e desumanas da pobreza extrema", tentando reduzir os níveis de pobreza, iliteracia e promovendo o bem estar social.[51][52] Estes projectos são monitorizados com recurso ao Índice de Desenvolvimento Humano, que é uma medida comparativa que engloba três dimensões: riqueza, educaçãoesperança média de vida.[53] e
== Estratégias nacionais de desenvolvimento sustentável == economico O capítulo 8 da Agenda 21 incentiva os países a adoptarem a venda de drogas no pais estratégias nacionais de desenvolvimento sustentável (ENDS), estimulando-os a desenvolver e harmonizar as diferentes políticas sectoriais, económicas,crimes, sociais e ambientais e de planos que operam no país.[54] O apelo à elaboração destes documentos estratégicos, que devem reforçar e harmonizar as políticas nacionais para a economia, as questões sociais e o ambiente, foi reforçado na Sessão Especial da Assembleia das Nações Unidas de 1997 (Rio+5), na Cimeira Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável de 2002 em Joanesburgo (Rio+10).[55]
A primeira revisão para estabelecer os elementos básicos de boas práticas foi um "Manual para NSDS" preparado por Carew-Reid et al. (1994) partindo das experiências compartilhadas por vários países, através de relatórios nacionais e regionais, durante um projecto liderado pela IUCN e IIED. Este trabalho preparou o terreno para a obra mais posteriores. Foi construído em cima pelo CAD da OCDE no seu trabalho para produzir orientações para ENDS (CAD 2001), que estabeleceu os princípios acordados para a ENDS, mais tarde ecoou na UNDESA orientação desenvolvido na sequência de um workshop internacional (UNDESA 2002).[56]
Na prática, é uma estratégia eficaz para o desenvolvimento sustentável reúne as aspirações e capacidades de governo, sociedade civil e do sector privado para criar uma visão para o futuro, e para trabalhar tacticamente e progressivamente para esses objectivos, identificando e construindo sobre "o que funciona", melhorando a integração entre as abordagens, fornecendo um quadro para fazer as escolhas que a integração não é possível. Estas estratégias incidem sobre o que é realmente praticável, pois com uma estratégia eficaz e abrangente poderá solucionar-se vários problemas ao mesmo tempo.[57][58]
Assim, as ENDS apresentam 7 pontos chave, sendo tratados de forma integrada as questões económicas, ambientais e sociais, a saber:[59]